Manual
do
Maker
.
com
Vou mostrar como trocar o sistema do PCDuino apenas como pretesto para apresentar a board. E vou começar esse post criticando - ele não deveria se chamar PCDuino. E esse nome é realmente para forçar a lembrança do Arduino porque tem uma série de pinos de funcionamento igual ao do Arduino. Só que ele é muito, mas muito melhor. Existem já diversos outros modelos mais modernos, mas esse que ganhei não deixa nada a desejar. Veja o porquê.
Melhor começar falando das especificações, porque depois vamos falar das características e das aplicações e isso vai deixá-lo com muito desejo de uma board dessas.
CPU | ARM Cortex A8 1GHz |
GPU | OpenGL ES2.0, OpenVG 1.1 Mail 400 core |
DRAM | 512MB |
Armazenamento | Micro SD com suporte a até 32GB |
Video | HDMI |
Sistema | Linux Ubuntu por padrão |
Expansão | headers de 2.54mm |
Ethernet | interface 10/100, permite dungle WiFi |
Tensão | 5v@2A |
Tamanho | 125mmX52mm |
Não sei se você reparou, mas tudo tem seus prós e contras. Não sei se essa especificação está certa, mas 2A é uma corrente realmente significativa. De qualquer modo, você pode utilizar o carregador de um tablet, mas recomendo esse da Atera, que é o melhor carregador que eu já vi desde o big bang.
O que realmente me chamou a atenção nessa board foi a disponibilidade de recursos que vão além do que o Raspberry Pi oferece, sem exageros. Fora as interfaces UART, os recursos de PWM e GPIO, ainda conta-se com I²C e SPI. Mas é o ADC que realmente o faz se sobressair em relação ao Raspberry.
Ele também suporta Android e me perdoem os que gostam, mas não perco meu tempo mexendo com isso. Utilizando Linux, você conta com tudo, como bem sabe, afinal é uma ARM.
Se até agora você está balançado mas ainda não despertou o desejo pleno de adquirí-la, segure essa. Ela possui um debbuger serial que você pode acompanhar desde o inicio do boot e depois ainda utilizá-la para interagir com o sistema. É uma maneira excepcionalmente simples de intercomunicar dispositivos sem necessitar de uma interface ethernet, por exemplo.
A SPI pode ser utilizada como UART e permite interrupções externas. Se por acaso você não sabe o que é uma interrupção, dê uma pesquisada aqui no site e você encontrará diversos artigos sobre interrupções externas e internas. Basicamente, você pode colocar qualquer sensor que retorne 0 ou 1 nesses pinos. Se for sensor analógico, dá pra usar um truque que deixarei pra outro artigo.
Do lado oposto à alimentação, uma porta micro-usb OTG (On The Go) para troca de arquivos diretamente entre dois dispositivos sem a necessidade de um intermediário. Imagine, uma porta OTG no Ubuntu!
A imagem de sistema (Ubuntu) para boot pelo cartão SD pode ser baixada nesse link. Não vou sequer experimentar, mas se desejar, pode baixar o Android para o SD nesse link.
Como disse, não vou testar o Android, mas o procedimento deve ser igual ou similar. Simplesmente transfira o sistema para o cartão SD com o DD, não se importe se tem ou não dados ou partições, o dd sobrescreverá qualquer coisa queestiver na região a ser escrita. No meu caso, o dispositivo SD apontava para /dev/sdc:
dd if=pcduino-lite_ubuntu_20130929.img of=/dev/sdc
Feito isso, inicie o boot. Fiz o boot direto em minha TV, como você vê na imagem. Faça os devidos ajustes de resolução, mapa de teclado e afins, então clique em "Done". Isso fará com que o sistema reinicie. Se optou por extender o sistema de arquivos para o restante do cartão, tenha paciência, o processo será um bocado lento. Eu optei por fazer o boot no desktop para ver como ele era.
Esses kibes..digo, imagens foram apanhados no google images. Curiosamente uma delas não exibia o I²C, então tive que procurar por outra e a outra não falava dos demais pinos, por isso você vê 3 imagens de pinout aqui:
De qualquer modo, na traseira tem as indicações do I²C, 3v3 e 5v.
Após a atualização do sistema, com 2 terminais abertos no desktop, restaram apenas 55MB de memória. Parece um bocado apertado para uso como desktop, mas se for para trabalhar com GPIO, basta desabilitar o desktop e economizar um bocado de memória. É sem dúvida um belo brinquedo!
Inscreva-se no nosso canal Manual do Maker Brasil no YouTube.
Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.