Manual
do
Maker
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Um amigo precisa atualmente fazer o controle de temperatura de suas fritadeiras, que usam termostato mecânico e recentemente apresentou problema. Bem, invés de fazer o controle com uma microcontroladora, achei que seria mais prático, mais rápido e mais barato usar um controlador PID de mercado, então sugeri o Rex C100 da RKC, uma marca japonesa. Mas a configuração inicial não é tão simples, graças ao péssimo manual. Por essa razão decidi escrever esse artigo e deixar os detalhes, expondo também em vídeo. Começando:
Esse dispositivo trabalha de duas maneiras; atuando apenas ao chegar na temperatura; ou usando controle PID.
Conforme o sensor, ele faz leituras de até 1300 graus. Funciona com diversos tipos de sensores; K, J, mA etc. Por padrão, o sensor configurado é o tipo K, que normalmente vem com junto com o controlador e um relé de estado sólido FOTEK de 24-380VAC@40A. Na lateral estão descritos esses detalhes, inclusive a saída para relé SSR. O REX C100 é bivolt, funciona entre 90 e 250V em rede de 50Hz e 60Hz.
Ligando-o sem o sensor ou com sensor conectado errado, será exibido um erro na tela. O manual contém duas tabelas importantes, sendo uma dos comandos e outra dos códigos dos sensores. Nesse parágrafo ainda não encontrei meu PT100 com poço termométrico que comprei para por na panela de cerveja, mas seja como for, vou fazer a configuração do PT100 e depois voltar para o K, caso não o encontre.
Faça as conexões adequadamente. Olhando na lateral, estão dispostas as conexões. Então, vire os parafusos em sua direção. As conexões são essas:
Em source coloque a alimentação VAC. Em DC12V coloque o lado VDC do relé de estado sólido FOTEK. Do outro lado do relé, conecte a entrada e a saída de uma fase. Apenas uma, não feche um curto colocando as duas fases no relé. Considerando o sensor tipo K, conecte o azul na entrada 9 e o vermelho na entrada 10. Se for o PT100, a conexão dependerá do número de fios, que podem ser 2 ou 3. No pior dos casos, você terá 7 combinações possíveis para testar.
Na tabela do "manual" tem os códigos dos sensores. Tem PT100 de 2 e de 3 fios e ele deve ser conectado às entradas 8,9 e 10. No caso do K, entradas 9 e 10. O código para PT100 é 1000 e para o K é 0000.
A primeira coisa que fiz antes de ligar foi estudar os comandos minimamente. O controlador veio configurado para o sensor K, graus Celsius e PID automático. Não sei dizer se todos virão assim ou se foi o vendedor que deixo pronto para não ter problemas com os clientes menos experientes. A temperatura máxima está configurada para 1300 graus, mas também não sei se foi o vendedor que deixou tudo pronto. De qualquer modo, disponho abaixo algumas configurações que podem ser úteis.
O erro ficará sendo exibido na tela se o sensor estiver configurado errado ou alguma das outras razões anteriormente citadas. Não se preocupe com isso até que a configuração tenha sido concluída.
Segure o botão [Set] por 3 segundos. Ao aparecer a função AL1, vá apertando [Set] até chegar na opção LCY. Navegue com a seta para a esquerda até o primeiro dígito e coloque o valor em 1000 para data lock. Aperte [Set] novamente e voltará para AL1. Agora vamos definir o sensor.
Aperte [set][<] simultaneamente por 3 segundos. Aparecerá a função COD. Aperte [Set] para ir à função SL1. Mude o valor para 1000, como fizemos anteriormente. Aperte [Set] até a função COD novamente. Aperte [Set][<] por 3 segundos e a gravação estará concluída.
Para sensor K, nada precisa ser feito, exceto esteja em outra configuração. Ao menos navegue pelos menus para garantir que tudo esteja bem.
Podemos exibir a temperatura em Celsius ou Fahrenheit. É importante verificar essa configuração também. Ela está em SL2, sendo xxx0 para Celsius e xxx1 para Fahrenheit.
Devemos também especificar o meio; ar ou líquido. Coloque o terceiro dígito em 0 para ar (xx0x) e 1 para líquido (xx1x). No caso da fritadeira, SL2 ficará 0010.
Também devemos definir se a medição é aquecimento ou resfriamento. Entre em SL6 e defini xxx0 para resfriamento e xxx1 para aquecimento. No segundo dígito definimos o comportamento como intermitente ou contínuo. Configure x0xx para intermitente e x1xx para contínuo. No caso da fritadeira, SL6 ficará como 0101.
Entre na função ATU e defina como 0. Entre na função proporcional e defina P como 0030. Faça testes posteriores com a função integral e derivativa, mas o mais provável é que P e I sejam o suficiente.
Defina I como 240.
Defina D como 60.
Esses são parâmetros iniciais, os ajustes podem (e devem) variar conforme o meio; óleo, água, algo mais denso, algo menos denso.
Se estiver usando relé mecânico ou contatora, o PID pode ser uma má ideia. O relé batendo direto tenderá a colar ou não bater corretamente e a contatora ficará fazendo barulho o tempo inteiro. Por essa razão o kit vem com um relé de estado sólido FOTEK, citado mais acima. Em caso de uso do PID, dispense a contatora.
Essa é uma dúvida comum de se ver: "Suporta 3000W?". Bem, sendo breve, a norma NBR-5410 convenciona que uma tomada pode prover 21A. O "relógio" de casa proverá até 68A. O fio de 2.5mm suporta os 21A. A fritadeira de 5000W consome aproximadamente 22A, mas em rede 220 cada fase proverá metade da corrente de consumo, ou seja, ~11A por fase, que é a metade da carga, considerando que a instalação elétrica esteja dentro dos padrões. Esse modelo SSR da FOTEK de 40A tem espaço de sobra pra comportar a carga de uma das fases, portanto estará tudo sob controle.
Exagero da minha parte, não foi um incêndio. Só pegou fogo no relé em menos de 2 minutos. O vídeo da implementação vai demorar um dia a mais porque vou colocar um contator nesse feriado. É a vida.
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O vídeo deverá estar no ar em dois ou três dias após a publicação do artigo, porque vou filmar a implementação também.
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Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.