Manual
do
Maker
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com
Não sei nem como intitular esse artigo. Deixei esse navegador por último porque ele é muito mais do que um browser. Utilizar o kweb em modo kioski é o mínimo que pode ser feito com ele, mas o mais interessante (em minha opinião, claro) é utilizá-lo como window manager. Sério, usá-lo sem ler a documentação é um desperdício de recurso.
A documentação começa apresentando-o como um browser kioski mínimo, pequeno e eficiente, escrito em C, baseado no webkit. Ele foi desenvolvido especialmente para Raspberry e conta com diversos recursos embutidos:
Suas aplicações são:
Ele foi concebido para poupar recursos do Raspberry, como CPU e memória. Invés de incutir montes de funcionalidades internamente, ele se aproveita de recursos externos para diversas tarefas, tornando-o assim um browser extremamente leve. Ainda assim, ele oferece recursos únicos, não encontrados em outros browsers, como torná-lo seu desktop padrão!
Ele conta também com um updater interno, para que você mantenha sua versão sempre atualizada. Algumas dependências devem ser supridas:
omxplayer, youtube-dl, wget, mupdf or xpdf, leafpad, lxterminal
Os programas recomendados:
sudo apt-get install evince xpdf xterm uget-gtk tint2
Para tocar vídeos contidos em HTML5 dentro da janela do browser, o kweb3 utiliza os recursos do GTK+3. Alguns bugs são relatados em relação ao webkitgtk3, mas devem ser corrigidos com o tempo.
Para rodá-lo de um terminal (cujo sistema não esteja rodando um desktop no momento da execução) utilize:
xinit ./ktop
Isso iniciará o servidor gráfico, o openbox, uma barra de tarefas e o kweb. Com apenas isso, já devemos ter algo como:
Eis um truque prático disponível no Kweb. Alguns sites não renderizam se o browser não for Firefox ou Chrome. Para "burlar" essa limitação, um recurso que permite inclusive simular um browser mobile pode ser utilizado procedendo ao símbolo de "$":
$Mozilla/5.0 (X11; Ubuntu; Linux i686; rv:43.0) Gecko/20100101 Firefox/43.0
Para restaurar o comportamento padrão do browser, use "$" sem parâmetros. Mas no menu dele tem a opção de enviar esses comandos através de clique, não precisa fazer nada manualmente.
O botão direito do mouse abre um menu com opções conforme o contexto, como qualquer gerenciador de janelas o faz. De qualquer modo, não é necessário decorar nada. No menu principal tem vários botões que vão direto para recursos do sistema:
Alguns recursos estão disponíveis como:
Alterna entre janela padrão e tela cheia.
Alterna entre ocultar ou exibir a barra de ferramentas e entrada de URL.
Fecha a janela atual. Se não houver outra, encerra a principal.
Limpa o texto de entrada e coloca o cursor em ponto para digitação. Grande atalho.
A ampliação pode ser feita com a tecla Ctrl pressionada enquanto se utiliza o scroll do mouse, com mínima de 50% e máxima de 200%.
Em conjunto com a fundação Raspberry Pi e Collabora.com, o Kweb3 pode tocar vídeo HTML5 diretamente dentro do browser. Com a versão kweb (sem o "3") não é possível. O mesmo para sites com players em flash. Mas tanto o kweb como kweb3 podem fazer uso do omxplayer, que tem suporte total à GPU do Raspberry.
É a partir daqui que realmente me apaixonei por esse monstrinho. O kweb environment consiste em um conjunto de páginas HTML localmente alocadas que fazem uso extensivo das aplicação da interface e interagem com os programas chamados de "helpers", além de qualquer outro programa instalado no sistema de sua Raspberry. Ele possui uma série de botões para acessar os helpers, editor, manual, player e outros. Esses recursos terei que mostrar em vídeo, cujo link disponho mais adiante.
Coloque o Raspberry para iniciar sem modo gráfico. Abra o programa raspi-config e siga esses menus:
sudo raspi-config
3 - Boot Optionsno menu principal.
B1 - Desktop / CLIno segundo menu
B1 Console ou B2 Console Autologinno terceiro. Optei por autologin.
Depois faça a reinicialização do sistema.
Estou usando o Raspbian baseado no Debian Buster para colocar o Kweb em modo kioski. Para saber sua versão, use o comando:
cat /etc/debian_version
Deve retornar a versão 10.4. Se for outra versão (mais antiga ou mais atual, dependendo do momento em que estiver vendo esse artigo), certifique-se do codinome:
lsb_release -c
Deve retornar nesse formato:
Tendo as informações em mente:
wget http://steinerdatenbank.de/software/kweb-1.7.9.8.tar.gz
tar -xzf kweb-1.7.9.8.tar.gz
cd kweb-1.7.9.8
./debinstall
wget http://steinerdatenbank.de/software/kweb_upgrade_buster_20190823.tar.gz
tar -xzf kweb_upgrade_buster_20190823.tar.gz
cd kweb_upgrade_buster_20190823
./install
Para outras versões, siga o método de instalação (sempre atualizado, inclusive versão do Kweb) através desse link.
Se desejar instalar uma barra de tarefas leve, aproveite para instalar o tint2:
sudo apt-get install -y tint2
Agora crie um arquivo com o nome desejado em /home/pi para fazer a inicialização. Use seu editor preferido (nano, mcedit, vi etc). Seguindo o exemplo da documentação, criei com o nome kdesk e adicionei o seguinte conteúdo:
#!/bin/sh
tint2 &
openbox --config-file ~/.config/openbox/rc.xml --startup "kweb -HZQU4+-zbhrqfpoklgtjneduwxyavcsmi#?!., file:///usr/local/share/kweb/desktop.html"
Depois de salvar o arquivo, dê permissão de execução a ele e então inicie o servidor gráfico assim:
chmod 750 kdesk
sudo xinit ./kdesk
A página inicial não terá essa beleza deslumbrante, mas deve ser aberto o browser com a barra de tarefas embaixo, desse modo (após digitar a URL, claro):
Para colocar o Kweb em modo kioski, utilize Alt+K e Alt+A.
Agora, dê uma olhada no que nesse momento parece um mero browser, mas em outro artigo veremos como utilizá-lo no lugar do desktop!
Se fechar o browser, o X continuará aberto. Através de um terminal podemos reabrir o browser digitando:
DISPLAY=:0 kweb &
Deixo o resto para o próximo artigo (porque ainda estou configurando o modo desktop)!
Revisão: Ricardo Amaral de Andrade
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Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.