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Já há alguns meses tenho estudado e experimentado essa tecnologia para aplicação em projetos que serão artigos do site. Durante esse tempo, me deparei com diversas dúvidas e resolvi então fazer um curso de aplicação de porcelanato liquido para pisos e assim tirar todas as dúvidas que tenho me deparado. Vou começar o artigo falando da aplicação do porcelanato liquido em pisos, depois estendo o assunto a diversas possibilidades de uso em projetos eletrônicos. Esse piso com imagem de fundo eu fiz no curso, sendo esse o resultado final da aplicação. A placa ao lado foi utilizada para restauração, deixando-a ebsolutamente nova, é impressionante!
Porcelanato liquido é um nome de marketing, outrora chamado de "liquid glass". Na aplicação doméstica ele foi criado há poucos anos em Dubai. Antes disso já se utilizava outro tipo de resina da mesma família para aplicação em empresas e hospitais, mas já explico um pouco mais. Para resumir esse tópico, "porcelanato liquido" é uma resina epóxi bicomponente, sendo um deles a resina e o outro, o endurecedor. A partir desse momento, não tratarei mais como "porcelanato liquido" e sim como "resina epóxi".
Por ser impermeável e não possuir juntas, é ideal para pisos hospitalares e cozinhas, uma vez que não tem lugar pra colônias de bactérias e fungos. Também é antichama.
A resina epóxi tem altíssima resistência e flexibilidade. Isso é verdade, derrubar objetos pesados sobre essa resina não a quebrará, mas pode marcá-la. Já nesse caso, uma vantagem sobre qualquer outro piso é que a manutenção é simples e, dependendo da cor do piso epóxi escolhido, pode ficar 100% imperceptível. Se o piso for o chamado "piso 3D", daí é certeza de um excelente resultado na reparação do piso porque não tem pigmentos que farão a coloração, uma vez que o desenho de fundo é adesivo vinílico.
Sim, e verdade, porém isso não é mal como alguns relatam. Assim como o granito, devido a ser uma superfície de alta polidez, micro-riscos causam o ofuscamento, mas que pode ser facilmente restaurado com polimento. É uma característica, assim como quem compra uma pia de granito preto absoluto, de tempos em tempos tem que dar manutenção. Agora deixe-me mostrar como isso é ótimo.
Em meu apartamento tenho piso de madeira. Passaram-se alguns anos e em pontos de maior tráfego, o piso apresenta desgaste na superfície do verniz. Para dar manutenção, é necessário raspar "todo" o piso, limpar, calafetar, então aplicar o verniz e passar alguns dias sem pisar. Pensemos no mesmo piso com muito mais brilho do que o verniz pode prover; uma camada de "porcelanato liquido" sobre o piso de madeira (que deve estar ausente de verniz). Nesse caso, eu faria a manutenção dele em uma ou duas horas, com a família circulando em casa, pisando até mesmo na parte em que estaria fazendo o polimento, sem problema. É infinitamente mais prático! E outra vantagem; por ser 100% impermeável, a partir de então eu poderia lavar com baldes d'água o piso de madeira, se deseja-se. Fora isso, é antiderrapante!
Respondo de maneira simples; é quase improvável que isso aconteça. Eu vi flexibilidade dele em uma demonstração no curso, é impressionante. Mas podem haver rupturas em casos muito específicos. Um deles, uma aplicação porca sem seguir rigorosamente as fases do processo. No piso de madeira, descartam-se as duas primeiras etapas, indo direto para a resina de alto brilho. Mas se for aplicar sobre contrapiso ou sobre piso frio (não recomendo sobre piso frio, mas é possível), deve-se preceder com a preparação que fará a união do solo com as camadas superiores. Em outra fase, uma camada de alto-nivelante garantirá a uniformidade do piso e economia com a terceira camada. Já a terceira camada pode ser o fundo 3D ou outra camada de nivelante, ou então a camada final, que é o chamado "porcelanato liquido". As primeiras duas camadas também são epóxi, mas em casos de desnível extremo pode ser mais interessante fazer uma preparação do piso com argamassa alto-nivelante e acaba-se assim por reduzir o custo com as 3 camadas fundamentais da aplicação do piso de porcelanato liquido.
Qualquer piso mal aplicado descola, seja madeira, piso frio, carpete de madeira ou seja lá o que for. Por isso, não contrate um mercenário para colocar piso em seu imóvel; a primeira coisa que deve ser feita é uma avaliação. Será necessário que alguns critérios sejam atendidos, como baixa umidade, temperatura entre 20 e 25 graus (temperaturas superiores é ótimo para a secagem, mas o aplicador deverá ser mais ágil) e nivelamento do piso. Dependendo de quanto for o desnível, uma técnica específica deverá ser aplicada.
A resina epóxi é ideal para utilização em áreas internas que não vão ficar fritando ao sol. Já existe uma evolução em testes que possui filtro UV, mas ainda não está no mercado. De qualquer modo, tudo que deixamos ao sol tende a ressecar ou algo pior, como piso de madeira, por exemplo. Resumindo, use somente no interior de sua casa e, se for em uma área como uma sacada de vidro, garanta que o vidro tenha uma película de filme com proteção UV, ainda que uma película 100% transparente.
Áreas de tráfego intenso não são recomendadas, por exemplo mercados ou shoppings, exceto não lhe incomode a perda do brilho, porque fazer polimento uma vez por semana realmente fará o piso acabar bem cedo. Um salão de beleza aplicou o porcelanato liquido; cadeira pra lá e pra cá, pessoas entrando e saindo, piaçava e vassoura toda a hora. Obviamente o piso ficou fosco, mas o dono do salão não quis fazer o polimento, gostou do chão fosco. A perda do brilho não implica em ranhuras, por isso acaba sendo um outro tipo de efeito, que inclusive pode ser provocado, como farei em um dos artigos para simular vidro jateado.
O epóxi está sob patente americana, portanto é um produto importado e consequentemente tem um preço acessível, porém não barato. Conforme garante o fornecedor, a durabilidade é de 10 anos, mas particularmente acredito que dure uns 15 ou 20.
Nada é perfeito nesse mundo. Apesar de todas essas vantagens, o porcelanato liquido tem como uma desvantagem o tempo de instalação, que varia entre 7 e 10 dias, dependendo do tipo de aplicação. No caso, pode variar entre 1 e 3 dias de trabalho, com 7 dias de cura total.
Outro ponto negativo é que a resina reage a alguns componentes. Eu fiz uma pintura de mármore sobre uma placa de MDF e a reação ofuscou e esbranquiçou a resina, como você pode ver na imagem a seguir:
Se você clicar na imagem, vai ver que o resultado é bom ainda assim, mas sem brilho. Fora isso, quando eu apliquei sobre essa madeira eu não tinha técnica e acabei "queimando" a resina, o que criou rugosidade. Por isso a aplicação deve ser feita seguindo as técnicas que somente um curso pode passar. Farei outros experimentos para ganha o brilho, mas de qualquer modo, tenho certeza da qualidade da próxima peça graças às peças que fiz no curso, como a da imagem de destaque desse artigo ou como essa outra que também fiz no curso, onde adicionei cargas minerais:
Bem, porque o que vou fazer é adicionar componentes e LEDs por baixo do piso, de forma que ele possa ser substituído em caso de manutenção e também para agregar beleza a projetos de domótica (automação residencial). Mas como citei anteriormente, fiz o curso para abranger todas as técnicas possíveis.
Você já deve ter visto aqueles pontinhos pretos em alguns circuitos, como atrás de um display LCD 16x2. Alí tem um CI encapsulado, nesse caso, deve ser para proteger cópia. Não tem como remover a resina sem prejudicar o componente (talvez com laminação laser). Mas essa não é a única aplicação do epóxi. Devido à sua impermeabilidade, pode-se protege o circuito de maresia, umidade e impactos, porque ele tem uma resistência altíssima. Essa será outra aplicação da qual farei uso em artigos, onde explicarei inclusive sobre os tipos de resina e tipos de endurecedores a utilizar.
Podemos fazer peças rígidas em resina ou replicar peças já existentes. Para isso, podemos fazer um molde de silicone ou madeira (depende do caso) e então produzir/criar a peça. Já estou com o material para artigos a respeito também. Detalhes minúsculos são replicados através de moldes, tendo um resultado fino, robusto e agradável.
É possível a adição de cargas minerais, para efeitos metalizados diretamente na resina. Fluorescência e luminescência também são aplicáveis, além de translucidez ou ofuscamento forçado.
Essa foi a principal motivação para que eu fizesse o curso. Olha só o que dá pra fazer em madeira bruta (mas essa mesa não fui eu quem fez, mas com certeza farei coisas assim):
Mas essa é só uma das possibilidades, tem uma imensidão de variações, que incluem iluminação LED e interatividade. Nos últimos 30 e poucos dias tenho adquirido material e ferramentas para agregar aos projetos de eletrônica digital, além de estar há quase 2 meses estudadando técnicas e materiais. Espero que vocês acompanhem aqui no site e no nosso canal do Youtube, no Manual do Maker Brasil.
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Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.